Gandhi: homossexual e xenófobo?


Gandhi: paixão por um alemão?

Uma polêmica biografia sobre o ícone pacifista e líder independentista hindu, Mahatma Gandhi, o retrata como homossexual e ressalta seus supostos comentários xenófobos, entre outros aspectos desconhecidos, informa a imprensa norte-americana.

O livro, intitulado "Great Soul: Mahatma Gandhi and his struggle with Índia" (Uma grande alma: Mahatma Gandhi e sua luta com a Índia, na tradução), foi escrito por Joseph Lelyveld, antigo editor do "The New York Times".

De acordo com alguns trechos da biografia divulgados no "The Wall Street Journal", Gandhi estava profundamente apaixonado pelo fisioterapeuta alemão Hermann Kallenbach, pelo qual deixou sua esposa em 1908.

Segundo os mesmos trechos, Gandhi escreve para Kallenbach: "Como tomaste completamente posse do meu corpo? Isto é uma verdadeira escravidão".

Além disso, explica que seu retrato "é o único que tem na estante" de seu dormitório.

O casal, no entanto, se viu obrigado a se separar em 1914 quando, após o início da Primeira Guerra Mundial, Gandhi retornou à Índia, para onde Kallenbach não pôde viajar por ser alemão.

Lelyveld cita outras cartas nas quais Gandhi faz Kallenbach prometer-lhe que não olharia "com luxúria para nenhuma mulher".

Em outra carta de 1933, o líder da independência da Índia reiterava sua lembrança de Kallenbach ao escrever: "Sempre estás em minha mente".

O livro de Lelyveld, quem ganhou o prestigioso prêmio Pulitzer de Jornalismo em 1986, também semeia dúvidas sobre o humanismo de Gandhi, ao destacar supostos comentários xenófobos e racistas durante os anos que passou na África do Sul no início do século XX.

"Podíamos entender não estar classificados como os brancos, mas situar-nos no mesmo nível que os nativos sul-africanos era demais. Kaffirs (como são chamados os nativos negros da África do Sul) são por norma incivilizados. São problemáticos, muito sujos e vivem como animais", escreve Lelyveld na biografia de Gandhi.

Além disso, Gandhi era consciente da importância de suas declarações e exigia que os jornalistas "não utilizassem as palavras que tinham saído de sua boca, se não uma versão autorizada por ele próprio após a profunda e frequente revisão das transcrições".

A obra de Lelyveld é fruto de seu trabalho como jornalista na Índia durante a década de 1960 e na África do Sul, onde trabalhou para o "The New York Times" nos anos 1980.

A biografia que, segundo o "The Wall Street Journal", não deixa de mostrar uma profunda admiração por Gandhi, é equilibrada e procura apresentar uma visão mais humana do personagem, embora seja mais provável que decepcione seus admiradores.

Agência EFE, em FOLHA.com

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