A ofensiva do PT

Na última sexta-feira, o PT escolheu o seu pré-candidato à Prefeitura de Imperatriz, o historiador, jornalista, escritor e editor literário Adalberto Franklin. É a largada para o renascimento do partido, desde a saída de Jomar Fernandes da Prefeitura e de duas derrotas consecutivas nas urnas na eleição majoritária.

Os petistas anunciaram que não abrem mão da cabeça de chapa, numa eventual coligação com outros partidos de esquerda, incluindo aí o PCdoB, que tem o vereador Edmilson Sanches como pré-candidato.

O projeto do PT é disputar – com com apoio de Brasília - a eleição nas principais cidades brasileiras. No Maranhão, as prioritárias são a capital, São Luís, e Imperatriz, ambas governadas pelo rival PSDB.

“Será a campanha do tostão contra o bilhão”, diz um petista, referindo-se à disputa contra o prefeito Sebastião Madeira e toda a máquina da Prefeitura. O pré-candidato Adalberto dispara: “O Madeira pensa que já sofreu todas as críticas que podia. Agora é que vão começar de verdade. Ele não fez nada do que prometeu em campanha e nem deu conta de fazer o feijão-com-arroz”.

Como se vê, o alvo do PT já foi escolhido. 

Uma candidatura própria petista e mais a do ex-prefeito Ildon Marques complica ainda mais o cenário de disputa para o prefeito Madeira. O PT traça uma estratégia para ser uma terceira via para o eleitorado, buscando renovação em seus quadros e apostando mais uma vez na militância e no voto jovem.

Os petistas esperam também ganhar a adesão do PCdoB e ter em seu palanque o presidente da Embratur, Flávio Dino. Em público, os comunistas negam, mas nos bastidores não descartam a possibilidade de vir a compor com o PT, abrindo mão de sua candidatura. Dino terá que peregrinar pelo Maranhão na campanha, armando sua base para 2014, quando novamente estará no jogo da sucessão estadual. Portanto, essa possibilidade está em aberto para os petistas.

Esta semana, uma comissão de petistas estará em Brasília reunida com a cúpula do PT nacional, para traçar as estratégias e pedir, oficialmente, todo o apoio que o partido precisa em Imperatriz. O histórico líder camponês Manoel da Conceição, linha direta com Lula e Dilma, integra essa comissão.

O PT vai cobrar a fatura nas cidades em que apoiou candidaturas de sua base aliada. Em São Luís, o maior aliado, PMDB, retirou seus nomes para apoiar o vice-governador Washington Oliveira. Em Imperatriz, entretanto, essa composição é improvável. Primeiro porque o PMDB tem na candidatura do ex-prefeito Ildon chances reais de triunfar nas urnas. Segundo, os petistas jamais aceitariam essa aliança.

Seguindo a orientação do Planalto, o PT prepara sua artilharia contra o alvo tucano. Um marqueteiro conhecido, Nilson Takashi, hoje nos quadros do partido, segundo fontes, fará a campanha de Adalberto sem cobrar um centavo.

A tática do PT é de uma ofensiva forte, focada na cobrança das promessas não cumpridas de Madeira e críticas incisivas ao que chamam de “feijão-com-arroz”, nas palavras do próprio Adalberto: cidade esburacada, trânsito caótico, bairros isolados e abandonados, saúde precária.

A pergunta agora é: Adalberto chega em maio com dois dígitos, no mínimo 10%, nas aferições das pesquisas? Se sim, então o velho PT estará de volta, incomodando, e rugindo para o tucanato.

O jogo só está começando, mas as previsões apontam para uma disputa duríssima, de lado a lado. O PMDB observa da moita.


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