Tempos de indefinição

A indefinição quanto a uma pré-candidatura de consenso da base aliada da governadora Roseana Sarney é o principal entrave até agora para a formatação política da estratégia dos adversários do prefeito Sebastião Madeira alojados nas grandes siglas, como PMDB e Democratas. Ainda favorito à reeleição, mas com grande desgaste e sérios problemas para resolver principalmente na saúde e infra-estrutura, Madeira torce para que a decisão se prolongue até que a tensão ameace romper a aliança governista, que hoje é frágil. Assim ele ganha tempo, e a confusão se encarrega de embaralhar a cabeça do eleitor.

Após três reuniões, o nome do ex-prefeito Ildon Marques é ainda o preferido do comando estadual do PMDB, embora, dentro da aliança, existam focos de resistência, posição que agrada o atual prefeito. Sem Ildon na disputa, Madeira acredita vencer facilmente e quebrar o tabu da reeleição.

O jogo continua muito confuso, com avanços e recuos.

No chamado campo da esquerda, pelo menos quatro partidos parecem ter fechado questão em torno de suas pré-candidaturas, e agora trabalham para uma unidade, que também esbarra em turbulências, seja de ordem partidária ou pessoal. PT, PCdoB, PDT e PPS mantêm posições firmes, e ameaçam sair sozinhos com candidaturas próprias, pois na arredam pé da cabeça-de-chapa no pleito majoritário.

Todos os pré-candidatos trabalham com dois cenários: com ou sem Ildon na disputa. Com um patrimônio eleitoral sedimentado e um grupo político fiel, de volta aos holofotes da sucessão, o ex-prefeito está convicto de que pode vencer a disputa. Se não vingar sua candidatura, para o lado que pender pode definir a eleição.

Quem mais sonha com essa segunda hipótese, é o deputado estadual Carlinhos Amorim (PDT), que, nesse caso, projeta arrebanhar votos do eleitorado descontente com Madeira e ser apoiado por parte dos seguidores e eleitores de Ildon. Carlinhos não cogita qualquer possibilidade que não seja a de encabeçar uma das chapas da oposição. Lembra que é veterano na política, com quatro mandatos de vereador, duas disputas perdidas (para deputado e prefeito) e a eleição para a Assembléia Legislativa, em 2010. Como já aconteceu com Madeira (sobre quem diz que mesmo antes de entrar na política, já era vereador), Carlinhos alimenta a obsessão política de um dia governar sua cidade natal, a mesma que o pai, o médico Carlos Amorim, governou por seis anos, tornando-se uma das referências entre os mandatários do Palácio Renato Moreira.

Independente do tempo, e seja como for, a única candidatura certa até o momento é a do atual prefeito, por razões lógicas e óbvias, que todo mundo sabe. Todavia, para o PMDB histórico daqui e comando estadual, Ildon vai disputar a eleição como única alternativa para bater Madeira nas urnas.

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Atrás de patrocínio



Depois de fechar com o banco BMG, a diretoria do Cavalo de Aço corre atrás de outro patrocínio. Quer uma das estatais ligadas ao Ministério das Minas e Energia patrocinando o time.

Na última sexta, 16, o presidente Edivaldo Cardoso, acompanhado do advogado Antonio Tores, conversou rapidamente com o ministro Edison Lobão – encontro intermediado pelo deputado federal Chiquinho Escórcio –, para encaminhar o pedido.

O ministro não prometeu nada. Disse que os patrocínios foram todos cortados. O único, segundo Lobão, que continua valendo é o com o Vasco, fechado a pedido do então presidente Lula.

“Vou ver o quê posso fazer”, avisou o ministro. Mas recomendou: “Fiquem colados no Chiquinho. Cobrem dele”.

Publicado originalmente em Correio Popular, edição desta terça, 20 de março de 2012 

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