O Rei Sol e suas “proezas”

Lobão: ele pensa que é
Leio aqui na rede que Lobão estará nesta sexta-feira em Imperatriz para inaugurar o comitê de campanha de seu filho, Edinho. Recordei de alguns episódios da vida política do ministro aqui na “Terra do Frei”, e lembrei também do grande Jurivê Macedo e sua coluna Comentando os Fatos, por anos leitura obrigatória em O Progresso para políticos e interessados em “coisas e que tais”, para plagiar o Juredo – ou “o neto de Yayá Pereira”-, como era e como gostava de ser chamado carinhosamente pelos amigos.

Politicamente, Lobão nasceu em Imperatriz na década de 70. Era jornalista em Brasília e foi apadrinhado de La Rocque. Aproximou-se do prefeito à época, Carlos Amorim, de seu vice Chico Herênio, de vereadores, e conseguiu seu intento. Envolveu-os com sua fala mansa, apegou-se a outras amizades e passou a fazer da cidade uma de suas bases eleitorais.

Tentei aqui lembrar de sua grande obra em Imperatriz, quando governador. Não me veio uma. Alguém lembrou do viaduto – a obra foi iniciada por Fiquene e Lobão concluiu. Aliás, uma vida para começar e outra para acabar, em meio a suspeitas de sumiço de recurso público.

Lobão sempre é lembrado em Imperatriz por suas promessas nunca cumpridas. Eleição após eleição, tirou proveito eleitoral da falácia. Mas a máscara começou a cair em 2010. Foi o quarto colocado para o Senado, ficando atrás de Zé Reinaldo, Roberto Rocha e do professor Adonilson Lima (PCdoB).

Às “proezas” do ministro, Juredo se dedicou com maestria a desmoroná-las com sua linguagem jocosa, a fina ironia do sertanejo e a sagacidade do jornalista atento ao momento histórico que registrou.

Ao ministro, Juredo aplicou-lhe a alcunha de Rei Sol, em crônicas e notas de sua coluna. Referência ao rei francês Luís XIV, construtor do Palácio de Versalhes, que batizou-se com o epíteto para demonstrar a seus súditos que seus poderes eram ilimitados e inesgotáveis.  

À época, e sempre, e agora também, Lobão contou das suas na Terra do Frei – termo inventado por Jurivê Macedo – como suas iniciativas.

Lá bem antes, sua promessa era a construção da hidrelétrica de Serra Quebrada. Foi discurso de diversas campanhas. Nunca saiu do papel. Mais recentemente, a aposentadoria dos garimpeiros.

Juredo não perdeu a piada, certa vez. Escreveu que, com tantas obras e benefícios que Lobão dizia ter trazido para o município, só faltava dizer que conduziu a canoa que trouxe Frei Manoel Procópio para fundar a vila de Santa Teresa.

Lobão estará nesta sexta na Terra do Frei. Observem o discurso que fará. O Rei Sol e suas “proezas”.


Agora quer emplacar mais uma. Filho de Lobão, Lobinho é.     

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