O Serviço
Nacional de Informações no Brasil (SNI) foi criado em junho de 1964 pela Lei nº
4.341 com a finalidade de superintender e coordenar nacionalmente as atividades
de informação e de contra-informação, em particular aquelas de interesse para a
“segurança nacional”, ou seja, do regime militar. Utilizava as maiores
arbitrariedades possíveis, como grampos telefônicos, censura postal, investigações
tenebrosas, tortura. O idealizador e primeiro chefe do SNI foi o general
Golbery do Couto e Silva.
O SNI podia
exercer o poder “infinito” e criar agências regionais onde fosse preciso. No
processo de construção do SNI a articulação entre o poder central e as
estruturas federais, regionais e empresas privadas, colocavam em funcionamento
uma rede de poder que, para além das trocas de informações entre si,
colaboravam para as perseguições e vigilância dos setores opositores do regime.
É possível
entender a atuação do SNI com base na rede de espionagem que estava inserida
nas relações junto às diversas instituições que passavam a operar no comando
hierárquico reproduzido pela natureza de caráter militar do regime.
A outra
agência eram as regionais, que agiam de forma parecida com a Central, porém no
nível dos estados. Para facilitar o trabalho das agências, existiam os
escritórios que estavam espalhados por todo o país, a fim de coletar as informações
e repassá-las para as instâncias superiores. Além disso, os escritórios
coordenavam o trabalho dos agentes, “cachorros” e “secretas”. Os “cachorros”
eram agentes não remunerados que trabalhavam de forma voluntária. Já os
“secretas” foram pagos e treinados pelo SNI, sendo infiltrados nos mais
diversos setores da administração pública e privada.
Outro setor
que compôs o SNI foi o de secretarias, que eram subdivididas em administrativa,
política, econômica, ideológica e psicossocial. Em suma, elas tinham a função
de evitar a perda de informações e aumentar a vigilância mútua. O Serviço
Nacional de Informação ficou ativo até a criação da Agência Brasileira de
Inteligência (ABIN), em 1999, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.
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