A Câmara não tem medo de Assis Ramos, avisa presidente Zé Carlos

Presidente Zé Carlos Soares: "(...) Não podemos ficar tolhidos nesta Casa com medo dele porque ele é delegado.
Com uma administração capenga, moldada por ele mesmo para se tornar um culto à sua personalidade, o prefeito Assis Ramos - que não tem relações de qualquer tipo com os segmentos sociais e insiste em varrer a política de seu caminho incerto - está quebrando seus últimos punhos que lhe dão frágil sustentação na Câmara de Vereadores. Não bastassem as tentativas de intromissão nas atividades de um outro poder, independente e autônomo por seu nascimento legal, o prefeito agora radicalizou ao judicializar as chamadas 'emendas impositivas', garantidas na Lei Orgânica do Município,  contestando na Justiça sua aplicação legítima pelos vereadores.

Na sessão desta quinta-feira (08), o presidente do parlamento municipal, Zé Carlos Soares, gastou dez minutos no encerramento das atividades em plenário para fazer seu discurso mais contundente, mais crítico, mais virulento, acerca das rabugices políticas do prefeito.
 

Pelo tom das críticas, o rompimento caminha para se concretizar de maneira irreversível - pelo menos no relacionamento institucional.
 

Prestes a completar 28 anos de parlamento, o presidente Zé Carlos abriu o chuveiro das queixas - justas e legítimas - diante de uma assistência estupefata.
 

 "Estou estarrecido com o prefeito, estou estarrecido porque nunca tinha visto se judicializar um poder contra o outro, quando este Poder Legislativo está cem por cento correto. Não tinha como fazer apelação contra este parlamento. Este parlamento vem se destacando na cidade...com o próprio reconhecimento da cidade, que sabe que a Câmara de Imperatriz é uma de maior destaque no Maranhão, pela ações de seus vereadores", bradou de sua cadeira, dedo em riste, visivelmente aborrecido.
 

"É falta de habilidade política, é falta de conhecimento técnico, é falta de habilidade com a sociedade, porque a sociedade é representada por nós. Nós é que representamos a sociedade", ele elevou a saraivada de repreensões contra as insurreições golpistas e contragolpistas do antagonista deslumbrado ocupante do Palácio Branco.
"Não existe mandato maior do que o nosso. Existem distinções de mandatos. Mas os mandatos são populares. Nosso mandato tem o mesmo tamanho de qualquer mandato, inclusive nosso mandato é do tamanho do mandato do prefeito", pregou o presidente, deixando claríssimo que a Câmara Municipal jamais se curvará às vontades autocráticas do senhor delegado Assis Ramos, agora prefeito.
 

"Ele tinha que respeitar a Câmara, respeitar os vereadores, respeitar a cidade. A judicialização é o último caso que pode acontecer de um poder contra o outro", novamente flanqueou a incursão do adversário.
E prosseguiu: "Não foi por falta de diálogo de minha parte... Eu faço é diálogo, eu faço é debate, eu faço articulação. Eu não faço nada desonesto. Lutei junto ao Executivo para que não judicializasse contra a Câmara. A medida não é judicializar. Seria vetar. Posteriormente, se mandaria o veto para esta Casa para que nós discutíssemos sobre o veto e discutíssemos no âmbito político. Um repórter me perguntou se eu era opositor ao Assis, se eu fazia oposição ao prefeito. Não! Prontamente, não! Não posso fazer oposição porque sou presidente da Casa, tenho que respeitar os vinte colegas. Tenho que respeitar os que são contra ele, tenho que respeitar os que são a favor dele. Isso é respeito pelos colegas".
 

Zé Carlos aprofundou a questão, como se diz, ao tornar público o que o prefeito e seus assessores pensam (ou que achavam que era) sobre a Câmara Municipal. E partiu para o ataque: "Diziam em praça pública antes da eleição que após a eleição, o prefeito bastava estalar um dedo para vereador e vereador ia lá igual labigó. Quem disse isso foi o secretário de articulação dele, disse isso várias vezes, tenho provas, testemunhas, pessoas que ouviram várias vezes, o secretário dele dizendo que pra vereador basta bater o dedo, que batendo o dedo vereador vai de cabeça baixa...".
 

O presidente denunciou que vereadores estão sendo perseguidos pelo prefeito: "É bom que a cidade saiba. Vários vereadores aqui foram perseguidos".
Segundo o presidente, os assessores do prefeito se prestam a atacar a Câmara a cada recesso da Casa: "Toda vez aparece muita coisa contra esta Casa [na mídia]".
 

Arrematando a brava posição, inédita na história do legislativo imperatrizense, Zé Carlos lembrou aos colegas: "Esta é a augusta Casa de Leis. É necessário, colegas, que a sociedade saiba da verdade, nós vereadores não podemos ficar tolhidos nesta Casa com medo dele porque ele é delegado. Não! Porque ele é investigador. Não! Os atos dele até agora não foram de político nem de prefeito. Pra mim seus atos até agora foram de investigador e delegado, que pela própria formação não acredita em homem de bem. Portanto, quero dizer ao prefeito Assis Ramos que ele não precisa confiar em mim, porque eu sou um homem de bem".
  
  
      

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